sexta-feira, 13 de novembro de 2009
É tradição, no Dia de S. Martinho, comer-se castanhas e beber-se vinho novo ou água-pé. Todos participam nesta festa popular, pequenos ou graúdos convivem à volta da fogueira. A Redacção 2.3 foi espreitar como uma escola primária de Faro comemora esta data.
Por: Ana Pinto, Ângela Gago, Lénia Maria e Rúben Remédios


Professor da E.B. 1 nº4 de Faro, Paulo Santos teve a iniciativa de fazer um magusto com os seus alunos do 2.º ano, no 11 de Novembro, conhecido como o Dia de S. Martinho.

A escola adoptou várias formas para dar a conhecer a lenda do cavaleiro Martinho às crianças. Na véspera, já se faziam apresentações de teatro representadas pelos miúdos. Cada um tinha o seu papel: «Uns fizeram as gotinhas da chuva, outros os raios da trovoada e o barulho do vento e um foi o São Martinho», contou a coordenadora da escola, Esperança Marreiros. Já no próprio dia, «primeiro viram a lenda no computador, através de um trabalho em Power Point e (…) às 9:00 horas foram à Biblioteca da escola onde viram um teatro de sombras», revelou o professor Santos.

De entre as actividades da escola, destacou-se o magusto feito atrás do edifício. Todos deram o seu contributo: o professor trouxe a “caruma” para a fogueira e os alunos trouxeram as castanhas. «O que é que combinámos? Eu é que trato do fogo!», relembrou o professor aos alunos.

Enquanto as castanhas assavam na fogueira, os ajudantes de palmo e meio cantavam as músicas que aprenderam acerca deste dia. «Em relação ao magusto, há trabalhos de casa, Banda Desenhada sobre o S. Martinho e esta manhã estiveram a ouvir música num CD», relata o professor.

Ainda em conversa, Paulo Santos manifestava a sua opinião acerca do valor de manter a tradição: «já há algum tempo que faço isto, principalmente em escolas pequenas. Já dou aulas à 29 anos, sempre gostei de o fazer [magusto], é preciso é disponibilidade». «As crianças e as escolas comemoram mas as pessoas aí fora, em Faro, comemoram mas não muito; apenas comem castanhas e bebem água-pé», observou. Para os professores da escola estas iniciativas são importantes porque, regra geral, as crianças no Algarve não sabem o que é o magusto. Enquanto no Norte esta festividade é comemorada nos moldes tradicionais, no Algarve as pessoas preferem comprar as castanhas já assadas, «só para não dizerem que não comemoram», como sublinhou o professor Paulo Santos.

Para manter a tradição, cantou-se à volta da fogueira, enquanto o cheiro a castanhas assadas invadia o ar. Fazendo justiça à lenda, o Sol brilhou mais uma vez.

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