segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sub-21 triunfam no Algarve

Reportagem e fotos por Daniel Lopes, Ivan Cordeiro e Tiago Francisco

Portugal venceu a Grécia no José Arcanjo e continua na luta pelo apuramento

Sem medo de encarar o adversário de igual para igual e com o Algarve no horizonte, a selecção Sub-21 de Portugal recebeu, e venceu, a sua congénere da Grécia por 2-1. O jogo realizou-se a 17 de Novembro no Estádio José Arcanjo, em Olhão, e contou com uma boa moldura humana nas bancadas.

Num jogo em que os portugueses foram claramente superiores, a vitória foi um importante passo na luta pela qualificação para o Europeu de 2011 a realizar na Dinamarca. Oceano Cruz surpreendeu ao convocar jogadores pouco conhecidos que alinham em clubes modestos. Com esta escolha o seleccionador aponta o dedo aos grandes do futebol português, que preferem contratar jogadores em detrimento das promessas lusas, e dá um voto de confiança aos jovens talentos que lutam por um lugar entre os melhores do Mundo.

Fazendo alinhar de início Ventura, Pereirinha, Carriço, Miguel Vítor, Fábio Faria, André Santos, Pedro Moreira, Rui Pedro, Ukra, João Aurélio e Yazalde, Portugal empurrou os helénicos para junto da sua área e logo aos 5’ podia ter inaugurado o marcador através de Yazalde que encontrou no guardião Babaniotis um verdadeiro muro. Contudo, o primeiro golo só iria aparecer daí a 50 minutos por intermédio de Rui Pedro, a aproveitar da melhor forma o cruzamento de Pereirinha e a beneficiar da defesa deficiente do guarda-redes grego.

A Grécia tentou voltar ao jogo e através de duas «arrancadas» do rapidíssimo Koutsianikoulis ainda assustou a defesa portuguesa. No entanto, foi a selecção das «Quinas» a dilatar a vantagem ao minuto 73. Num rápido lance de contra-ataque, João Aurélio consegue meter em profundidade para Yazalde que se desenvencilha de um central e na cara de Babaniotis faz a bola passar-lhe entre as pernas. Nos instantes seguintes o mesmo Yazalde esteve perto de marcar o terceiro numa tentativa de «pontapé à bicicleta», mas desta vez não conseguiu enganar o guardião grego. A Grécia ainda dispôs de tempo para reduzir o marcador através de Dimoutsous que, após um pontapé de canto, consegue entrar na área e ganhar posição para rematar em arco para o fundo das redes à guarda de Ventura.

Inspirados pelo facto da equipa da casa militar na Liga Sagres, o Sporting Clube Olhanense, o público algarvio gritou e puxou pela sua selecção. Nos momentos em que o apoio das bancadas era escasso, eram os próprios jogadores a puxar pelos adeptos e antes do tento grego já se cantava nas bancadas «só mais um».

Oceano Cruz, seleccionador nacional das «esperanças», afirmou, em declarações à TVI 24, que a equipa esteve bem e só lamenta as oportunidades desperdiçadas, «A finalização voltou a ser a nossa pecha. Foi uma pena termos sofrido um golos nos descontos, pois a vantagem de dois golos seria mais vantajosa. O «goal-average» pode ser decisivo em caso de igualdade». Ainda faltam disputar três partidas e o técnico pede um colectivo «que continuar a trabalhar e a acreditar no apuramento. Quero uma Selecção que lute, brigue e, claro, faça golos».

Feitas as contas, Portugal segue em terceiro com sete pontos, menos quatro que Inglaterra e seis que os líderes, a Grécia.

Fonte: TVI 24

João Guerreiro reeleito reitor com maioria

Por Raquel Rodrigues e Marta Miranda

João Guerreiro foi reeleito reitor da Universidade do Algarve no passado dia 17 de Novembro. Eleito pelo Conselho Geral com 21 votos de 35 possíveis, ganhou com maioria aos seus concorrentes, Helena Pereira, com 7 votos, e Rodrigo Magalhães, com apenas 4 votos. A eleição foi ainda marcada por 2 votos em branco e pela falta de comparência de um dos membros do conselho.

À saída da sessão eleitoral, Fernando Ulrich, Presidente do Conselho Geral da UAlg, considerou que o processo eleitoral decorreu conforme o previsto, sem qualquer incidente. «Tivemos três candidatos muito fortes, com currículos importantes, salientou, acrescentando que «os programas de acção também foram de grande qualidade». No final, a escolha recaiu sobre o Prof. João Guerreiro, que se recandidatou ao cargo após ter sido eleito em 2006 e ter apresentado em Junho passado a sua demissão.

Depois de ter sido informado da sua reeleição, João Guerreiro não deixou de salientar o seu objectivo primordial para a UAlg, promover a internacionalização de instituição, pois segundo afirmou: «temos de alargar os nossos horizontes, de forma a captar estudantes nas áreas em que somos bons. Este salto para fora da região, é fundamental para a afirmação da UAlg». A internacionalização da instituição não visa só o campo da investigação e da promoção de pós-graduações, mestrados e doutoramentos com universidades de outros países, mas também o alargamento do recrutamento de novos estudantes «a outras regiões da Europa».

«Temos protocolos com 150 universidades, mas o que interessa é ter um núcleo duro nas principais áreas de investigação da universidade», salientou João Guerreiro afirmando ainda as suas prioridades para este mandato: «vamos valorizar as ciências do mar, a biomedicina e medicina, o turismo, as energias, as telecomunicações, a literatura e a história».

O reitor reeleito sublinhou também que «esta internacionalização é uma linha de desenvolvimento fundamental para a UAlg para criar dimensão, escala e, no fundo, espessura naquilo que é a nossa investigação. Mas também é uma fonte de financiamento. Não lançamos as linhas de internacionalização com esse fim, mas há esse benefício associado».

Todos estes objectivos serão para realizar a longo prazo, pois agora há que reforçar mais o trabalho na estrutura interna da instituição, com o objectivo de fazer cumprir os novos estatutos da UAlg aprovados em 2008. João Guerreiro está ciente deste trabalho que de ser realizado: «o que teremos de fazer, de imediato, é consolidar a estrutura interna. Temos novos estatutos que ainda estão implantados a meio gás. Temos de aliar todas estas coisas e arranjar os melhores mecanismos para o conjunto dos órgãos funcione na perfeição. Na parte orgânica, isso obriga também a definir e a aplicar um conjunto de soluções informáticas que permitam agilizar o circuito interno de informação. Esta é uma parte pesada que vai tomar boa parte do mandato», apontou.

O reitor reeleito revelou ainda que novos projectos e objectivos estão a ser desenvolvidos para a UAlg ao abrigo do contrato que o ministério do Ensino Superior propôs às universidades, referindo «é uma iniciativa que nos permitirá reequilibrar o subfinanciamento das universidades».

Nos próximos 30 dias será realizada uma cerimónia onde o actual reitor irá ser reempossado, com data a marcar pelo próprio.

Nos objectivos apresentados, João Guerreiro não esqueceu o seu projecto mais polémico, o de unir os campi universitários de Faro num só, com o objectivo de controlar os gastos e simplificar a estrutura da instituição. Fica no ar a ideia de que esta promessa poderá ser cumprida já neste mandato.


O «nosso» reitor

Por Grethel Ceballos; Sofia Trindade e Vanessa Costa

Dado que nesta decisão os alunos da UAlg não tiveram muito voto na matéria, a Redacção 2.3 foi saber se (re) conhecem o «novo» Reitor João Guerreiro.


O espírito crítico e capacidade de intervenção são ensinados a todos os estudantes a par das matérias, mas mesmo assim há alunos aos quais a eleição para o cargo de Reitor da UAlg passou ao lado, como constatámos.

Em oposição a respostas tais como «não conheço» ou um simples «não», hesitações ou ainda jogos de um-dó-li-tá com os três candidatos, encontrámos alunos conscientes do marco decisivo que as eleições representam para a comunidade académica.

Críticas, foram maioritariamente as respostas, mas críticas construtivas, que pretendem guiar o reitor na construção de um espaço que cumpra os requisitos de todos, e no qual todos se sintam bem, para aprender e não só.

Alguns alunos estão desanimados com o trabalho do reitor no último mandato, como João Marujo que o considera «um trabalho com pouco pulso porque ele foi basicamente eleito pelos alunos e deixou com que o conselho geral tivesse menos representatividade por parte dos mesmos». Outros esperam que as suas medidas sejam mais visíveis, como comentou Tânia Marques «aguardo que faça alguma coisa que eu veja, que faça alguma coisa e que os alunos tenham noção disso, não é?».

A pergunta desta estudante conduz-nos a outra, «porque é que Gambelas é tão diferente da Penha se todos pagamos as mesmas propinas?», lançada pela estudante Joana Gonçalves e rematada nas palavras de João Marujo, mas presente em todos os estudantes, «espero que ele diminua a discrepância que existe entre as Gambelas e a Penha e respeite a Constituição Portuguesa onde diz “ensino superior tendencialmente gratuito”».

Mas não basta reconhecer o reitor, há que identificar as medidas do seu último mandado e julgá-las para que o dever e obrigação de reivindicação para com a universidade seja feito conscientemente.


MUDAM-SE OS TEMPOS, MANTÊM-SE AS VONTADES

Eleito em 2006, pela primeira vez, João Guerreiro, em entrevista ao Diário Online, apresentou suas metas a cumprir durante o mandato, que recaíam sobretudo no alargamento da oferta de cursos e pós-graduações. Em plena adaptação ao Processo de Bolonha, as áreas das Energias Renováveis, Artes, Medicina e Língua Portuguesa formavam as principais apostas para o reitor, «para além de mantermos o que existe, os [cursos] de primeiro ciclo e licenciaturas».

O prometido curso de Medicina que, segundo João Guerreiro, «ao fim e ao cabo, trata-se de uma pós-graduação de quatro anos», recebeu em 2009 os primeiros alunos. Embora tenham surgido novos cursos, outros também deixaram de existir. Na altura, João Guerreiro referia que, em relação ao funcionamento interno da UAlg, havia «muito a fazer».

O reitor apresentou sua demissão em Junho de 2008, no sentido de repor a legalidade estatutária do Conselho Geral. Em conversa com o Barlavento e a RUA FM, deliberou que a adaptação do seu programa foi «perturbada», pelo processo de aplicação do novo Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES). Nessa mesma entrevista, o reitor defendeu que, a nível financeiro, «o pior já terá passado».

Quando questionado pelo jornal O Canudo acerca das estratégias que utilizaria para fazer face aos problemas financeiros da UAlg numa reeleição, João Guerreiro reiterou que espera um aumento dos recursos financeiros através do «aumento do financiamento do ensino superior com origem no Orçamento de Estado, da criação de projectos inovadores (…) e da formação de parcerias com o mundo das empresas e das instituições».


O programa de acção para a recandidatura de João Guerreiro orientou-se essencialmente no sentido de atingir dois objectivos gerais - «Concluir a instalação da totalidade dos órgãos» e «Projectar a Universidade».


Como prioridades centrais, o reitor revelou a urgência no «acompanhamento e acreditação dos cursos e a preparação das propostas a apresentar ao Programa Erasmus Mundus» e na «adopção da nova estrutura orgânica».


Estas metas pretendem-se ver cumpridas através de um Plano Estratégico composto por nove questões, algumas das quais: consolidar a oferta de graus e de diplomas, promover a investigação científica, aprofundar a internacionalização, adoptar uma prática de avaliação continuada, e reordenar os campi da Universidade, melhorar algumas instalações e garantir a manutenção das infra-estruturas.


São estes os planos a cumprir para que a Universidade do Algarve faça história no campo do ensino superior em Portugal. Uma universidade com um passado recente, com um presente reforçado pelo trabalho que reitor e alunos pretendem desenvolver, e um futuro promissor.
Por Inês Calhias, Joana Sousa, Joana Varela, Mafalda Ferreira

Jean Campiche, Maria Barbas e Inês Messias, docentes da Escola Superior de Educação de Santarém, vieram ao Algarve no dia 17 de Novembro com o intuito de promover junto dos alunos da UAlg o metaverso Second Life.

O programa da iniciativa, que decorreu ao longo de todo o dia na Escola Superior de Educação e Comunicação, incluíu, durante a manhã, uma palestra que proporcionou um olhar mais teórico sobre a plataforma. Durante a tarde realizou-se um workshop que teve por objectivo, como explica a Prof.ª Inês Messias, «cativar os estudantes para o Second Life», para que adquirissem as «capacidades mínimas para conseguirem ser criadores dentro do Second Life».

«Mundo virtual 3D que tem o mesmo que na realidade»

O Second Life é um metaverso que permite a criação de uma segunda identidade, num mundo virtual, e também uma maior comunicação entre pessoas de vários países. Jean Campiche resume: «Second Life é um sítio do mundo». As potencialidades pedagógicas deste metaverso consistem na comunicação, trabalhos colaborativos, simulação, empregabilidade e espaço de construção. As expectativas para quem usa este metaverso passam, na perspectiva de Maria Barbas, por construir, programar e comunicar.

Na sessão teórica os professores apresentaram uma ilha criada por eles: a SLESES. Baseados no programa pioneiro da universidade de Aveiro da criação de uma ilha virtual, a professora Maria Barbas, juntamente com um grupo de 18 pessoas, desenvolveu o projecto de uma ilha que se assemelhasse à ESE de Santarém. Este espaço tem como características a importação de espaços da escola, como por exemplo, o observatório de avaliação, a tuna, a galeria, a associação de estudantes, as salas de aula, a arena e os anfiteatros, entre outros. No âmbito do projecto, foi ainda criado um espaço denominado «E-Café», para que estudantes de outras escolas pudessem frequentar a ilha.

A criação de um espaço dentro do Second Life é um processo bastante complexo, como indica a Prof.ª Inês Messias: «A ilha das SLESES demorou três semanas a construir (…) Por termos um tempo tão restrito, por exemplo, trabalhámos cerca de 14 horas por dia». A construção de qualquer objecto dentro do SL demora um tempo considerável, pois «dentro do Second Life convém primarmos sempre pelo pormenor. Quanto mais cuidadas forem as coisas mais interessantes são de ver (...) É um trabalho que requer ser por gosto».

Para aceder ao Second Life é necessário criar um Avatar, representação virtual de cada indivíduo. Os professores explicaram que os utilizadores escolhem o seu nome pessoal ou o nome pelo qual são habitualmente conhecidos, não se importando em expor a sua identidade real. Quanto ao perfil, a aparência pode ser idêntica ao mundo real, tanto a nível físico, vestuário e estilo.

Os entraves ao SL

Um dos problemas destacados sobre o SL refere-se aos conteúdos restringidos aos menores de 18 anos. Estão a ser tomadas medidas para trazer para o Second Life pessoas mais jovens: «Pôr essas ilhas todas com conteúdos para adultos para um certo local do Second Life e o resto ficar livre (…) A maior parte das pessoas que lá vai não é só pela parte comunicativa mas também pela parte de simulação». Para apaziguar este aspecto negativo, a Prof.ªInês refere existirem projectos a nível das ciências, em que biólogos, cientistas e investigadores realizam trabalhos colaborativos dentro do Second Life, à distância e em tempo real. Outro problema também destacado foi que o metaverso exige uma boa placa gráfica e um bom disco no computador, assim como internet rápida, para que funcione na perfeição. Porém, estas condições não são verificáveis em muitos dos computadores utilizados para aceder ao SL. «Gostava de poder utilizar o Second Life sempre que me apetecesse. Após participar no workshop fiquei interessado, mas não sei se a placa gráfica do meu computador vai aguentar», comenta Daniel Lopes.

Workshop

O período da tarde foi dedicado à exploração do SL por parte dos alunos inscritos no workshop. Após a criação dos seus avatares, os alunos tiveram oportunidade de aceder ao programa e descobri-lo. Esta formação permitiu que os participantes interagissem dentro do SL e adquirissem as competências base para navegar no programa.

Na opinião da Prof.ª Inês Messias, o objectivo geral foi cumprido, tanto nesta formação como em outras que realizou, o que a leva a observar que «O feedback tem sido extremamente positivo».
Relativamente aos participantes do workshop, eram na sua maioria alunos do curso de Ciências da Comunicação que se disponibilizaram a partilhar as suas opiniões sobre o mundo virtual com a redacção 2.3. Mais de metade dos utilizadores mostraram-se curiosos em relação à «segunda vida» e, na componente prática da jornada, não puderam deixar de soltar algumas gargalhadas à medida que iam explorando o programa: «É, sem dúvida, um meio de comunicação eficaz e tem grandes contornos de interacção e empreendimento comunicativo», nota Daniel Lopes. Contudo, alguns utilizadores não acharam tanta piada ao programa e, como diz Cristina Pereira: «Não fiquei com a noção do que realmente todo aquele espaço me pode ser útil», acrescentando ainda :«Na minha primeira experiência fui assediada por um avatar nu». Este mundo virtual foi criado com fundamentos educativos, culturais e profissionais, mas muitos dos utilizadores usam este meio para conhecer pessoas e pôr em prática «a arte de sedução», na visão de Cristina. Já João Teixeira confessa «Não vou viver uma segunda vida, vou só e simplesmente viver a minha única vida».

Presente e Futuro do SL

A respeito da importância deste programa em Portugal, Inês Messias aponta que «Nós somos a segunda ou terceira maior comunidade dentro do Second Life (…) Neste momento somos bastante importantes», referindo-se ao facto de Portugal ser um dos países pioneiros a ter a representação da presidência da república no SL.

Este conjunto de professores pretende, com base no seu projecto da ilha, promover ligações dentro do SL com outras universidades, para que estas possam também criar o seu espaço virtual.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
É tradição, no Dia de S. Martinho, comer-se castanhas e beber-se vinho novo ou água-pé. Todos participam nesta festa popular, pequenos ou graúdos convivem à volta da fogueira. A Redacção 2.3 foi espreitar como uma escola primária de Faro comemora esta data.
Por: Ana Pinto, Ângela Gago, Lénia Maria e Rúben Remédios


Professor da E.B. 1 nº4 de Faro, Paulo Santos teve a iniciativa de fazer um magusto com os seus alunos do 2.º ano, no 11 de Novembro, conhecido como o Dia de S. Martinho.

A escola adoptou várias formas para dar a conhecer a lenda do cavaleiro Martinho às crianças. Na véspera, já se faziam apresentações de teatro representadas pelos miúdos. Cada um tinha o seu papel: «Uns fizeram as gotinhas da chuva, outros os raios da trovoada e o barulho do vento e um foi o São Martinho», contou a coordenadora da escola, Esperança Marreiros. Já no próprio dia, «primeiro viram a lenda no computador, através de um trabalho em Power Point e (…) às 9:00 horas foram à Biblioteca da escola onde viram um teatro de sombras», revelou o professor Santos.

De entre as actividades da escola, destacou-se o magusto feito atrás do edifício. Todos deram o seu contributo: o professor trouxe a “caruma” para a fogueira e os alunos trouxeram as castanhas. «O que é que combinámos? Eu é que trato do fogo!», relembrou o professor aos alunos.

Enquanto as castanhas assavam na fogueira, os ajudantes de palmo e meio cantavam as músicas que aprenderam acerca deste dia. «Em relação ao magusto, há trabalhos de casa, Banda Desenhada sobre o S. Martinho e esta manhã estiveram a ouvir música num CD», relata o professor.

Ainda em conversa, Paulo Santos manifestava a sua opinião acerca do valor de manter a tradição: «já há algum tempo que faço isto, principalmente em escolas pequenas. Já dou aulas à 29 anos, sempre gostei de o fazer [magusto], é preciso é disponibilidade». «As crianças e as escolas comemoram mas as pessoas aí fora, em Faro, comemoram mas não muito; apenas comem castanhas e bebem água-pé», observou. Para os professores da escola estas iniciativas são importantes porque, regra geral, as crianças no Algarve não sabem o que é o magusto. Enquanto no Norte esta festividade é comemorada nos moldes tradicionais, no Algarve as pessoas preferem comprar as castanhas já assadas, «só para não dizerem que não comemoram», como sublinhou o professor Paulo Santos.

Para manter a tradição, cantou-se à volta da fogueira, enquanto o cheiro a castanhas assadas invadia o ar. Fazendo justiça à lenda, o Sol brilhou mais uma vez.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Utilizadores terão acesso online à cultura de 27 países europeus


Por: Daniel Lopes e Ivan Cordeiro


Aceder online aos mais diversos recursos culturais dos países da União Europeia, em áreas como cinema, arte, literatura, música, ciência, política, história, entre outras, é possível desde 20 de Outubro. A biblioteca europeia online dará acesso a mais de dois milhões de obras nas mais diversas línguas, bem como fotografia, pintura, gravações, documentos. Europeana, assim se chama este projecto, é um museu e um arquivo, resultado de dois anos de esforços que tiveram início em Julho de 2007.


O principal objectivo para 2010 está numa maior expansão de conteúdos que proporcione o recurso a zonas interactivas e a comunidades de interesses específicos, de forma a promover a diversidade cultural da Europa e a interacção entre usuários. A União Europeia prevê um financiamento anual de dois milhões de euros encaminhados para o desenvolvimento deste projecto, o que reflecte uma aposta clara na promoção e dinamização do conhecimento e da cultura. Os Estados-membros da UE serão os responsáveis por uma boa parte dos custos, de forma a desenvolver três áreas de maior importância: a digitalização, o acesso à informação e a conservação dos conteúdos.


Através do endereço electrónico: http://www.europeana.eu/, o utilizador encontrará material fornecido por mais de mil organizações culturais europeias, entre as quais o Museu do Louvre, em Paris. Acessível em todas as línguas da UE, o usuário encontra um site-protótipo, ou seja, um projecto em desenvolvimento mas com uma grande aposta futura.


Esta iniciativa é “apenas o começo”, tal como é declarado pela Comissão Europeia, sendo que a ideia é a expansão da Biblioteca, através do desenvolvimento de parcerias com o sector privado, para que em 2010 a Europeana permita o livre acesso a dez milhões de obras "representativas da riqueza da diversidade cultural da Europa”.


Viviane Reding, comissária europeia responsável pela Sociedade da Informação e Media, lança um apelo "às instituições culturais, editoras e empresas de tecnologia europeias para que alimentem a Europeana com mais conteúdos em formato digital", afirmando ainda que Bruxelas vai propor "uma regulamentação autenticamente europeia para a protecção dos direitos de propriedade intelectual: o seu uso e o acesso aos mesmos nas bibliotecas digitais".


O Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso definiu a Europeana como um projecto onde se concilia “a vantagem competitiva da Europa em matéria de tecnologias da comunicação e de redes com a riqueza do nosso património cultural”. Adiantando que “os europeus poderão agora aceder com rapidez e facilidade, num único espaço, aos formidáveis recursos das nossas grandes colecções".


Martin Selmayr, porta-voz de Sociedade da Informação da UE, diz que “as 6 milhões de obras previstas para 2010 são um número "realista" para a primeira etapa do projecto, embora Bruxelas pretenda oferecer um património digital muito mais amplo quando consolidar a iniciativa”. A Europeana promete ser um projecto de sucesso e dinamismo sociocultural, constatado pelo interesse indiscutível que é manifestado pelas pessoas, pelos seus conteúdos e utilidade.


Só na manhã de lançamento foram contabilizadas mais de dez milhões de visitas por hora, o que levou a uma quebra do servidor, contudo, para impedir que estas situações se repitam foram tomadas medidas no sentido de melhorar as capacidades do site.